Sofia era uma jovem mulher de 26 anos, que apareceu na clínica após dezenas de ligações não concluídas. Passou na triagem na manhã do dia 21 de maio de 2024, dia que marcamos para ela. Sua queixa eram dois sonhos repetidos a mais de um ano. Ela queria se livrar deles porque tudo que ela via no sonho estava acontecendo na vida real.
Ela estava desesperada porque não conseguia mais ter sossego, não saia com seus amigos, não conseguia andar de ônibus, se incomodava com os cheiros dos táxis cheirosos, tinha aversão a lugares cheios, multidões nem pensar. A moça dizia que queria sua vida de volta, sem horrores matinais.
A princípio pensamos que era um caso de pânico, de qualquer maneira incluímos a Sofia na agenda da Marta, psicóloga mais experiente da clínica que atendia mulheres adultas. Marcamos sessões semanais, todas as quartas-feiras às 14h00 no presencial.
No dia da triagem, Sofia comentou que sentia cheiro de chiclete de melancia quando via de longe alguém mascando chiclete. Tinha adquirido aversão a táxis limpos porque tinham cheiro de sabonete líquido com fragrância de lavanda. Não conseguia comer em restaurantes porque via pessoas desfiguradas andando pelos salões, rindo para ela.
Ela sempre gostou de cores e de perfumes, mas que a mais de um ano, desde que começou a ter aqueles sonhos estranhos, sua casa ficou monocromática e sem fragrâncias, tanto no banho, quanto na roupa.
Foi enfática dizendo "quero minha vida de volta".
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