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Foto do escritorGoretti Giaquinto

Crime no Natal


Fonte: Imagem ajustada no Canva



Véspera de Natal, supermercado cheio. Ela tinha prometido não deixar as compras pra última hora. Não conseguia cumprir a promessa, nem no dia a dia, quanto mais no Natal. Nos corredores, os carrinhos pareciam ter aumentado de tamanho. Podia ter feito isso na semana passada — pensava, e ia colocando no carrinho, estacionado no lugar que permitisse uma fuga rápida para o caixa, na pressa de enfrentar o trânsito caótico para casa.

Antes de finalizar, ela viu o cartaz onde um último panetone estava pela metade do preço. Correu para o carrinho, jogou os últimos itens dentro, e foi dirigindo rapidamente para pegar o precioso item.  Foi o tempo de ver outro carrinho na direção contrária, na mira do mesmo alvo, trombando com o seu à frente da prateleira.

As duas mulheres avançaram, e, num segundo, mãos nervosas pegaram o produto, cada uma puxando pra si, num embate que logo partiu para o corpo a corpo. Os outros clientes, no entorno das duas, formaram torcida, incentivando uma ou a outra.

— Eu vi primeiro, larga! Eu que vi primeiro! Puxa que é seu, de vermelho! De amarelo, puxa mais para a direita! — e as vozes se misturavam.

O segurança da loja correu para o aparte, sem desviar de tapas e pontapés. Ânimos contidos, ele pediu, pelo rádio, para verificarem se havia o item litigioso em estoque. Logo o gerente apareceu, e a outra mulher correu para pegar o pacote menos amassado.

Palmas do público emolduraram o desfecho amigável, e, finalmente, ela se dirigiu à longa fila do caixa, com o seu panetone no braço, como troféu.

Na sua vez, ao retirar os produtos, viu que não os havia escolhido. O apressado moço do caixa registrava tudo, sem margem para reclamações. A essa altura, optou por não criar mais confusão, e foi arrumando no carrinho, maquinando as mudanças do cardápio da Ceia.

Uma gritaria e uma mulher, correndo com dois seguranças, veio ao seu encalço. A mulher da briga! O que será, agora? — pensou.

— Foi ela que roubou meu carrinho! — ouviu a outra gritar, rezando para que, pelo menos, o seu carrinho estivesse com a outra mulher.



Desafio #12 – Meu cômico Crime



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