No círculo da rudia, o peso se acomoda,
Equilibra o pote.
No trançado com fios de caroá, o aió.
Carrega esperanças.
No plantio o corpo se curva.
Na colheita o corpo se curva.
Na vida o corpo se curva?
Do feixo de lenha a construção.
Nesse ciclo, a criança se faz.
No plantio o corpo se curva.
Na colheita o corpo se curva.
Na vida o corpo se curva?
Semeia desejos, sonhos, anseios, essências.
A colheita nem sempre é justa, adequada, farta.
A criança cresce, adquire sabedoria.
Mulher potente.
Fecunda suas sementes.
Colhe seus frutos.
No plantio o corpo se curva.
Na colheita o corpo se curva.
Na vida o corpo se curva?
E as mãos na terra, das terras.
Feminino, ciclo de círculos.
E o quadrado se torna redondo.
Há curvas na vida.
Há vida nas curvas.
Na vivência com mulheres nordestinas, sempre colho sabedoria.
Foto: Jardim suspenso do Centro Cultural São Paulo.
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