A árvore, além da sombra, abriga também um balanço feito de cordas grossas e já gastas pelo passar dos anos.
Senta-se nele, e com o vai e vem do vento, delicia-se com o balançar. A cabeça cai delicadamente para trás, sente o ventinho, olha o céu azul.
O pensamento segue alto, mais alto e mais alto.
Transcende seu corpo, viaja no tempo.
Observa o casebre.
Por fora, as madeiras ganham cor de carvalho, marrom.
As janelas com vidros transparentes, não mais empoeiradas.
Contempla as cortinas alvas. Expondo na penumbra a intimidade da sala.
No canto direito no fundo da sala, a namoradeira que abrigou o jovem e feliz casal.
Lentamente o vai e vem do balanço, perde força e altura.
E a pedra interna se desfaz. Volta-se para dentro de si.
Seus pés tocam suavemente o chão de terra vermelha e batida.
As folhas secas e verdes, caídas se espalham junto com a nuvem de poeira que se forma, enquanto o vento continua seu caminho.
Deixa o balanço, e seu corpo descansa em um sono silencioso e profundo.