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Foto do escritorPaulo Fabião

Paralimpíada De 1980 E O Capacitismo Soviético


Vocês ainda não me conhecem o suficiente, mas para a nível de informação importante, eu relato que sou de esquerda radical. Acredito que somente a superação do capitalismo pode nos proporcionar uma sociedade mais justa e igualitária.


Entretanto, o fato de eu ser comunista, não me obriga a passar pano para as MERDAS cometidas pela esquerda.


Por isso mesmo, apesar de ser de esquerda radical, eu não me encaixo nessas sub-classificações que a galera de esquerda gosta de se identificar como. Também não tenho idolatria por figuras e experiências socialistas, pois apesar de reconhecer suas importâncias, sei o quanto erros foram cometidos, especialmente na pauta da pessoa com deficiência.


A União soviética por exemplo apresentou um modelo de sociedade extremamente capacitista, pois ela criou o conceito de "Operário/Cidadão Modelo", uma ideia totalmente baseada na "Perfeição de corpos" (corpos fortes, ágeis e musculosos), ou seja um conceito que reforça a ideia de pessoa com deficiência como pessoas inferiores e incapazes.


Isso pode ser perfeitamente comprovado ao se ver representações artísticas da época. Na releitura soviética da história da Branca de neve, por exemplo, a princesa, ao invés de morar com sete homens com nanismo, mora com sete cavaleiros másculos.



Tradicionalmente, desde que foi Criada (Roma, 1960), a paralimpíada é realizada no mesmo local da olimpíada.


Em 1980, os jogos olímpicos foram realizados em Moscou, na então União Soviética. Consequentemente, os jogos paralímpicos também, certo? Errado.


A URSS achou que ter a sua imagem associada com deficiência/Pessoas com Deficiência, enfraqueceriam a imagem do socialismo perante o resto do mundo. Inclusive a existência de pessoas com deficiência no país era praticamente negada.


Assim, pela primeira e única vez na história, a paralímpiada foi realizada em um local diferente da olimpíada. Os jogos paralímpicos de 1980 foram realizados em Amsterdã na Holanda.


Não aceito o argumento de que era um reflexo da época. Acredito que devemos apontar os erros do passado, para não repetirmos no presente e futuro.


 

PAULO FABIÃO

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