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Foto do escritorGattorno Giaquinto

Please To Meet You!


Sou uma capricorniana típica de 66 anos: disciplinada (menos para fazer dieta), determinada, persistente e teimosa – não aceito um NÃO como resposta. Gosto de quietude, mas sou sociável entre pessoas amigas. Tenho pouquíssimos amigos de longa data, que prezo muito. Sou sincera e direta, chegando a ser sarcástica e, para alguns, rude – minha gêmea diz que sou bossy, e aceito isto como parte imutável de minha personalidade. Também sou honesta, leal e dedicada.


Quando criança, tinha a companhia de minha gêmea o tempo todo. Éramos sempre comparadas uma à outra. Vestíamos roupas iguais, costuradas por uma tia nossa, escolhidas pela gêmea mais “mandona”- que não era eu. Um dia, após um desentendimento, escolhi outra roupa. Foi uma crise em casa, e depois disto, passamos a nos vestir desigual.


Por ocasião do vestibular, queria escolher algo relacionado à arte, pois adorava desenhar e escutar música. Escolhi farmácia, pensando que poderia trabalhar em laboratório (desenhando bichos que via pelo microscópio), porque minha gêmea escolhera arquitetura. Meu pai convenceu-me a fazer medicina, pois “eu era inteligente demais para ser farmacêutica”.


Cursei medicina e, no meu segundo ano de faculdade, meu pai adoeceu. Como  futura médica da família, fiquei com ele internado no hospital. Na noite que ele faleceu, eu perguntei: " o que devo fazer?" Ele me disse para fazer cirurgia plástica, para corrigir a barriga de minha mãe, que tivera 7 filhos. Foi como uma luz para mim, que decidi seguir.


Apesar de gostar de estabilidade e detestar mudanças, sai de Recife para morar no Rio de Janeiro, onde completei residência em cirurgia plástica e exerci a profissão, trabalhando em hospital público/ acadêmico e no setor privado por 23 anos. De férias em 1998, conheci um sulafricano que veio a ser meu marido. Aos 46 anos, larguei tudo e fui morar com ele na África do Sul, contrariando amigos que acharam que eu estava louca por tomar esta decisão.


Trabalho com cirurgia reparadora e queimados em hospital público. Me dediquei ao trabalho em outra cultura, outra língua, sem familiares por perto - normal para uma mulher acostumada a superar obstáculos a vida toda. Enfrentei muita resistência e preconceitos, mas sempre segui em frente. Aposentei ano passado, mas não parei de trabalhar.


Depois de uma vida dura, estou me dedicando a outras coisas que gosto, como escrever, pintar, ler, jardinar, tocar teclado. Aprendendo a relaxar e deixar fluir - afinal, eu mereço!

 

 

 

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